segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Entorse do Tornozelo
A entorse do tornozelo é a lesão ligamentar mais comum em esportistas. Também pode ocorrer durante a atividade de andar, correr ou saltar. Representa 25 % de todas as queixas ortopédicas, ocorrendo uma lesão por dia para cada 10.000 pessoas, isto é, 18.000 entorses por dia ou 750 entorses por hora no Brasil.
O movimento forçado do tornozelo e do pé para dentro, em direção à linha média do corpo, ultrapassando o limite de resistência dos ligamentos, resulta em danos a estas estruturas. Cerca de 90% das lesões ocorrem desta maneira, pela inversão forçada do tornozelo.
A lesão mais comum é a ruptura parcial ou total dos ligamentos e da cápsula articular lateral do tornozelo, o chamado complexo ligamentar lateral.
A estrutura mais frágil e mais freqüentemente lesada é o ligamento talofibular anterior (LTFA).
O tornozelo é uma estrutura que deve ser estável e ao mesmo tempo flexível para permitir que os movimentos do pé sejam precisos e tenham força suficiente para impulsionar o corpo e absorver os impactos contra o solo.
A sua configuração óssea lembra uma pinça, onde o tálus encaixa-se entre a fíbula e a tíbia e é envolto por uma cápsula espessa e dois complexos ligamentares, um lateral e outro medial.
Existem três ligamentos que formam o complexo ligamentar lateral do tornozelo. O ligamento talofibular anterior, o calcâneofibular e o talofibular posterior. Os mais importantes e envolvidos na entorse são os ligamentos talofibular anterior (LTFA) e ligamento calcâneofibular (LCF). Raramente ocorre ruptura do ligamento talofibular posterior (LTFP).
O complexo ligamentar medial é formado pelo ligamento deltóide, que possui duas camadas, uma superficial e uma profunda.
Outras estruturas estão presentes e fazem parte da estabilização do tornozelo, mas são mais raramente acometidas. São elas: os ligamentos tibiofibular anterior e posterior, o retináculo inferior, o ligamento cervical e o ligamento talocalcaneano.
O mesmo mecanismo de torção e as forças envolvidas em uma entorse podem produzir uma fratura do tornozelo ou lesões da cartilagem de revestimento da articulação.
O hematoma (sangramento) e edema (inchaço) são comuns depois de qualquer entorse.
Quando ocorre sangramento dentro da articulação (derrame articular), isto pode levar à inflamação crônica dos tecidos moles do tornozelo e é conhecida como sinovite.
Além disso, a lesão da parede interna da cápsula articular pode formar uma cicatriz que permanece no interior da articulação do tornozelo e pode interpor-se entre os ossos, causando dor e sensação de instabilidade.
Mais raramente, uma lesão dos tendões fibulares pode ocasionar o deslocamento de sua posição normal atrás da fíbula, uma condição conhecida como subluxação dos tendões fibulares.
Lesões nervosas não são comuns, mas pode-se observar certo formigamento e perda da sensibilidade na porção lateral do pé (parestesia) por estiramento do nervo fibular superficial. Essa perda da sensibilidade é rara e normalmente é transitória.
SINTOMAS
A dor intensa ao toque e a impossibilidade de firmar o pé no chão ou de apoiar o peso depois de uma entorse, requer uma avaliação médica imediata e exames de raio X.
Cerca de 80 % das lesões evoluem com resultados satisfatórios após tratamento conservador, porém, 20 % dos pacientes referem dor residual e lesões associadas que impossibilitam suas atividades normais diárias.
Esses sintomas residuais e a dor crônica após a lesão ligamentar do tornozelo representam grandes dificuldades e um desafio para qualquer ortopedista.
CLASSIFICAÇÃO DA ENTORSE
Grau 1 (Lesão leve) – Estiramento e ruptura de algumas fibras internas dos ligamentos
Dor e inchaço discreto. Tornozelo estável mecanicamente
Grau 2 (Lesão Moderada) – Ruptura parcial dos ligamentos
Dor, hematoma e inchaço. Tornozelo com certa instabilidade anterior
Grau 3 (Lesão Grave) – Ruptura completa dos ligamentos
Dor intensa, hematoma e grande inchaço. Tornozelo instável e com incapacidade funcional
TRATAMENTO
Entorses Grau 1:
Pode-se utilizar tala gessada, bota imobilizadora ou imobilizador tipo “air-cast” por 1 ou 2 semanas. Lesões leves podem ser tratadas funcionalmente com imobilização elástica. Indica-se repouso, uso de gelo, antiinflamatórios e elevação do membro para aliviar os sintomas. A fisioterapia acelera areabilitação a partir da 2ª ou 3ª semana após a lesão.
Entorses Grau 2:
Tratamento semelhante ao grau 1 com prolongamento do tempo de imobilização por até 3 semanas. O período de cicatrização, de recuperação e de reabilitação é mais prolongado. A fisioterapia tem papel importante para o completo resultado funcional.
Entorses Grau 3:
O tempo de imobilização pode chegar até 4 semanas. O período de cicatrização, de recuperação e reabilitação é longo. Existe maior possibilidade de ocorrer lesões associadas e complicações com sintomas residuais tardios.
O tratamento cirúrgico é reservado para casos selecionados em atletas e lesões com grande instabilidade e abertura da pinça articular.
Lesões Musculares Isquiotibiais
As lesões musculares isquiotibiais estão entre as mais frequentes no atletismo e modificam significativamente os hábitos de treinamento e competição dos atletas. Quem já sofreu uma lesão muscular jamais esquece a dor e as dificuldades para voltar a treinar sem medo de senti-la novamente.
O ESTIRAMENTO MUSCULAR é uma lesão INDIRETA, ocorre na ausência de contato físico e caracteriza-se pelo alongamento das fibras além dos limites normais (fisiológicos). Tal fato ocorre predominantemente durante as contrações musculares EXCÊNTRICAS, que significa o "alongamento" gradativo das fibras em decorrência do torque muscular ser de magnitude inferior à resistência imposta.
ClASSIFICAÇÃO DAS LESÕES MUSCULARES
GRAU I - lesão em menos de 5% do músculo. A dor é localizada durante a contração muscular contrarresistência e pode ser ausente no repouso, sem formação de hematoma e a limitação funcional é leve. Apresenta bom prognóstico e a restauração das fibras é relativamente rápida.
GRAU II - lesão em mais de 5% e menos de 50% do músculo. Acompanhada de edema, dor localizada, hemorragia leve ou moderada, limitação funcional moderada, pode evoluir com sequelas.
GRAU III - lesão em mais de 50% do músculo. Acompanhada de perda de função, defeito palpável (retração muscular) e presença de hematoma, recuperação lenta e o prognóstico é indeterminado, de um modo geral evoluindo com sequelas (deformidades).
A história de quem sofre uma lesão é marcada por uma dor localizada de início súbito e intensidade variável, algumas vezes acompanhada de um estalido audível, geralmente durante um movimento e culmina com a interrupção do mesmo. O inchaço local pode se formar após a lesão, acompanhada ou não de uma deformidade (depressão local).
Os músculos isquiotibiais atravessam duas articulações e, portanto, limitam a extensão do joelho com o quadril flexionado e atuam na desaceleração da extensão do joelho durante a corrida. Alguns parâmetros influenciam os músculos isquiotibiais durante movimentos de alto risco, como a inclinação do tronco para a frente, as velocidades sub-máximas ou máximas, o aumento da distância da passada, o máximo estiramento durante os momentos finais da fase de balanço e a máxima contração durante os momentos iniciais da fase de apoio.
Na primeira fase após a lesão há um desarranjo na estrutura das fibras musculares, desencadeando um processo de morte celular (necrose), seguindo-se inflamação com aparecimento dos sinais e sintomas típicos, como inchaço, equimose, hematoma, dor, deformidade e limitação de movimentos. A fase seguinte acontece com a migração de células sanguíneas e a liberação de substâncias (fatores de crescimento celular) que estimulam o reparo (cicatrização) e a regeneração das fibras musculares.
Os grupos musculares mais frequentemente atingidos por estiramentos são os ISQUIOTIBIAIS (músculos posteriores da coxa), o QUADRÍCEPS (músculos anteriores da coxa) e os GASTROCNÊMIOS (músculos da perna), que apresentam em comum as seguintes propriedades: são biarticulares (atravessam duas articulações) e têm um predomínio de fibras tipo II (fibras de contração rápida). As regiões mais atingidas no músculo são as transições músculo-tendão e no ventre muscular (corpo do músculo).
FATORES PREDISPONENTES
1. FADIGA MUSCULAR:
A "sobrecarga" representa um dos princípios do treinamento esportivo. Não há hipertrofia muscular sem que ocorram as adaptações de uma carga elevada imposta ao músculo. Durante o treinamento, a sobrecarga gerada pode resultar em fenômenos de fadiga muscular, o que predispõe os grupos musculares envolvidos ao aparecimento de lesões. Durante a fadiga, o sistema neuromuscular perde provisoriamente a habilidade de controlar as forças impostas, gerando alterações na mecânica do movimento. A lesão muscular, portanto, também pode ser gerada quando um músculo não está preparado para receber uma carga com intensidade e duração além da sua capacidade.
2. DEFICIÊNCIAS DE FORÇA
Estudos atuais revelam que diferenças de força entre músculos agonistas e antagonistas inferiores a 60% sugerem predisposição ao aparecimento de novas lesões. A recuperação da força e da coordenação nos gestos esportivos específicos tem fundamental importância na prevenção de novas lesões. A recidiva de lesões musculares é menor nos atletas com normalização dos desequilíbrios musculares.
3.FLEXIBILIDADE
A flexibilidade diminuída dos músculos isquiotibiais e quadríceps tem sido relacionada à maior incidência de lesões musculares.
4. MÚSCULOS BIARTICULARES
Os grupos musculares biarticulares (atravessam duas articulações) são geralmente superficiais, apresentam grande velocidade de contração e baixa capacidade de suportar tensão. São mais propensos a lesões por serem restritores dos movimentos articulares, atravessarem duas articulações adjacentes e apresentarem predomínio de contração excêntrica, como observado nos músculos isquiotibiais, reto femoral e gastrocnêmios na perna.
5. FIBRAS MUSCULARES TIPO II
Os grupos musculares com uma predominância estrutural de fibras do tipo II B (fibras de contração rápida) são os mais frequentemente acometidos pelas lesões musculares.
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Fascite plantar
Fascite plantar
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Os sintomas mais comuns da fascite plantar são:
- Dor e por vezes edema (inchaço) e rubor (vermelhão) ao redor da base do calcâneo (com mais frequência do lado interno) e por vezes ao longo do arco interno do pé.
-Dor matinal, principalmente ao levantar-se da cama, ou após um período de repouso, que obriga por vezes e em casos mais graves a apoiar apenas a ponta dos pés no chão.
Ocorrências da Fascite Plantar
- Pronação excessiva do pé, com abatimento do arco interno do pé;
- Pé demasiado cavo ou plano;
- Encurtamento da aponeurose plantar do arco interno e da musculatura posterior da perna (gémeos e soleo);
- Dismetrias (diferença no comprimento dos membros inferiores);
- Excesso de peso;
- Calçado inadequado;
- Treino excessivo em pisos irregulares ou demasiado duros.
Prevenção
A fasciite plantar caracteriza-se por uma inflamação da tuberosidade medial do calcâneo, ocasionada por microtraumatismos sucessivos. As forças de tração durante o apoio levam a um abatimento do arco plantar interno, que resulta num processo degenerativo ao nível da fáscia plantar.É importante fazermos a distinção entre fasciite plantar e o esporão de calcâneo. O esporão é um crescimento ósseo que ocorre no osso calcâneo e localiza-se adjacente à fáscia plantar. Alguns autores referem que o esporão é uma consequência da fasciite plantar, mas apenas 50% dos casos com fasciite têm esporão e 10% das pessoas que tenham esporão não apresentam qualquer tipo de sintomatologia dolorosa.
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- Dor e por vezes edema (inchaço) e rubor (vermelhão) ao redor da base do calcâneo (com mais frequência do lado interno) e por vezes ao longo do arco interno do pé.
-Dor matinal, principalmente ao levantar-se da cama, ou após um período de repouso, que obriga por vezes e em casos mais graves a apoiar apenas a ponta dos pés no chão.
Ocorrências da Fascite Plantar
- Pronação excessiva do pé, com abatimento do arco interno do pé;
- Pé demasiado cavo ou plano;
- Encurtamento da aponeurose plantar do arco interno e da musculatura posterior da perna (gémeos e soleo);
- Dismetrias (diferença no comprimento dos membros inferiores);
- Excesso de peso;
- Calçado inadequado;
- Treino excessivo em pisos irregulares ou demasiado duros.
Prevenção
A Fascite plantar pode ser prevenida pelo educador físico através dos alongamentos pré e pós treino. A perda de peso do atleta também é importante para evitar que o peso cause impactos excessivos ao calcâneo.
É importante saber qual o tipo de pisada para a compra do calçado ser de acordo com a pisada do atleta ou aluno.
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